JOÃO RIBEIRO DE BARROS
Comandante do hidroavião JAHU, com o qual cruzou o Oceano Atlântico em 1927,através do memorável reide internacional "Gênova – Santo Amaro", tendo como tripulantes o navegador Newton Braga, o co-piloto João Negrão e o mecânico Vasco Cinquini, substituído por Mendonça, já no Brasil.
O REIDE INTERNACIONAL
"GÊNOVA – SANTO AMARO"
(Conhecido popularmente como "O VÔO DO JAHÚ)
Durante as comemorações do primeiro centenário da independência do Brasil, no ano de 1922, o governo português programa sensacional proeza aérea. Convocando dois de seus mais hábeis aviadores – Gago Coutinho e Sacadura Cabral – e utilizando-se de três aviões "Fairey": Luzitânia, Sta. Maria 1.º e Sta. Maria 2.º e mais uma frota de navios disposta ao longo do percurso, consegue efetuar o primeiro vôo transoceânico, ligando Portugal ao Brasil.O avião, porém para firmar-se como veículo auto-suficiente, precisava desligar-se definitivamente do AM paro que lhe era constantemente prestado pelo navios, os quais o acompanhavam e o socorriam nos momentos críticos durante os vôos sobre o oceano. Enquanto o avião dependesse dos navios como dizia Ribeiro de Barros, o engenho não apresentava sentido prático, constituindo-se assim, num autêntico parasita da navegação marinha. As aeronaves da época não possuíam autonomia para grandes distâncias, pois seu raio de ação era reduzido. João Ribeiro de Barros pede auxílio ao governo brasileiro para empreender o mais sensacional reide da época: ligar pelo ares Gênova a Sto. Amaro, com umúnico aparelho de vôo, sem ajuda de navios. O governo negou-se a ajudá-lo por entender tratar-se de uma idéia absurda: se a Europa não o fez, como iríamos fazê-lo? O piloto brasileiro não se deixa abater. Volta a Jahu, vende sua herança paterna aos irmãos, seguindo para São Paulo onde entra em contato com o sr. Luchini, representante da fábrica italiana Savóia Marcheti, propondo-lhe a compra de um hidroavião. A esse tempo, o conde Casagrande, sob a direção do governo real italiano, com um avião "Savóia Marcheti", batizado com o nome de "Alcyone", tentando um vôo da Itália ao Brasil, acaba desistindo do empreendimento em Casablanca, cumprindo apenas um quinto do percurso total. O aparelho foi considerado imprestável par ao reide. Não se interessando pela venda de um aparelho novo ao piloto brasileiro, a fábrica lhe propõe a venda do mesmo "Alcyone" e sem outra opção, João Ribeiro acaba por adquiri-lo pela importância de $ 680.000 liras (200 contos, na época). Ribiero de Barros contrata o mecânico brasileiro Vasco Cinquini, faz publicar no "O Estado de São Paulo" um anúncio oferecendo a oportunidade a um navegador experiente e brasileiro, e segue para New York onde vai ao encontro de seu mestre e amigo Gago Coutinho, com estuda detidamente o assunto.
ARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO "JAHU"
Gênero – Hidroavião DO "JAHÚ"
Dois motores: anterior (travito) n.º 103; (propulsivo) n.º 104 – Marca Isota Fraaschini. Equipagem: 4 postos. Categoria, normal. Abertura Máxima das asas, 24,00 m Comprimento máximo: 16,20 m Altura: 5,70 m Hélices tipo S.I.A.I. Passo: anterior – 1880/1950 posterior – 1999/2200 Diâmetro: 3,00 m
Peso Aparelho: Vazio: 4.500 Kg Gasolina: 2.250 Kg Óleo: 300 Kg Equipagem: 300 Kg T.S.F.: 50Kg Carga útil: 567 Kg Tempo médio de decolagem: 1 minuto e 25 segundos.Em 8 minutos, ascende a 1000 metros.